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Uma doença e várias facetas

Atendendo um paciente diabético me dei conta de como uma pessoa, portadora de uma doença com essa complexidade e que pode apresentar tantas complicações, não tem ainda uma consciência plena de suas necessidades e riscos e acabam “se consultando” com tantos “médicos assistentes” ou até mesmo, nenhum.

Enquanto realizava minuciosamente a anamnese desse paciente, fiz perguntas a respeito de como ele se sentia, interessada em identificar se já existia e como estava a repercussão da doença em cada órgão. Percebi em seu semblante uma expressão questionadora, como se pensasse: eu vim fazer um curativo e você quer saber o que faço, o que como, meu ritmo intestinal, minha visão, meu pé ?!

Sem que ele tenha verbalizado qualquer pergunta, expliquei que a diabetes é uma doença sistêmica e evoluí esclarecendo sobre todas as implicações possíveis e ao mesmo tempo, pontuando que eu o acompanharia sistemicamente, ou seja, como um todo.

O meu foco com este artigo é compartilhar uma reflexão de como uma pequena ferida, no pé ou na perna, pode ser apenas a ponta de um iceberg de um grande problema e que todo paciente diabético deve desenvolver esta consciência.

Este paciente (e não apenas ele, mas todos os acometidos) vai conviver com esta doença para o resto da sua vida, mas se bem controlado e orientado, poderá evitar muitos problemas e assegurar uma qualidade de vida satisfatória. O primeiro passo é entender que o diabético TEM uma doença mas NÃO É doente!

Controlar o diabetes não é uma tarefa fácil, disso sabemos. Existem vários desafios que precisam ser superados para o alcance dessa condição de controle. Os maiores desafios, na minha opinião, estão na falta de acompanhamento médico regular e também na falta de seguimento, pelos pacientes, das orientações médicas. Desculpas e justificativas são FREQUENTES para dar ao paciente a sensação de que ele tem razão, mas na verdade, elas apenas impedem que ele obtenha resultados.

Faz-se necessário um prévio acordo entre o médico e o paciente, baseado na sinceridade, onde o compromisso do paciente é ser verdadeiro sobre tudo que ele faz ou deixa de fazer, que pode impactar direta ou indiretamente no sucesso do tratamento. Como médica, meu compromisso é clarificar o mais detalhadamente possível, as características da doença e tudo o que ele precisa fazer para mantê-la sob controle. Passo seguinte, cabe ao paciente compartilhar seus medos, ansiedades, dúvidas, dificuldades e limitações produzidas pelas suas crenças, estilo de vida pessoal e profissional que possam constituir dificuldades para cumprimento dos combinados. E juntos, numa parceria médico-paciente, construir uma forma de minimizar os problemas naturalmente decorrentes do processo de desenvolvimento da doença. Essa parceria médico-paciente deve envolver a participação de outras especialidades médicas, numa visão multidisciplinar, de modo a assegurar o cuidado e o tratamento.

A Dermacura tem por missão reunir todos as informações possíveis e dar ao paciente uma orientação segura para o seu acompanhamento. O paciente procura a Dermacura por conta de uma lesão no dedo do pé, mas deixa a clínica com o curativo e com uma referência em tratamento e acompanhamento.

E você? Como tem sido cuidado ?

 

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